Reajuste de plano de saúde será menor em 2025
Os brasileiros terão um alívio no bolso em 2025 com a previsão de um reajuste menor nos planos de saúde, após anos de alta significativa. Segundo fontes do setor e dados preliminares da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a expectativa é que o aumento seja mais moderado, refletindo um cenário econômico mais controlado e mudanças na regulamentação.
Alívio esperado para os consumidores
Nos últimos anos, o reajuste anual dos planos de saúde tem sido um dos grandes desafios financeiros para os consumidores, especialmente para aqueles que possuem planos individuais ou familiares. Em 2024, o aumento foi de 9,63%, impactando diretamente o orçamento de milhares de famílias. Contudo, para 2025, especialistas do setor indicam que o índice deve ser reduzido, o que representa uma boa notícia para quem já enfrenta altas em produtos e serviços essenciais.
De acordo com o economista e especialista em saúde suplementar, José Carlos Marques, a expectativa de menor reajuste está diretamente relacionada a fatores como a estabilidade do câmbio e uma menor pressão de custos de insumos médicos e hospitalares. “O setor de saúde é um dos mais impactados pelas flutuações econômicas. Contudo, com um cenário um pouco mais previsível para o próximo ano, a pressão por aumentos exorbitantes tende a reduzir”, afirma Marques.
ANS sinaliza mudanças na regulamentação
A Agência Nacional de Saúde Suplementar também vem discutindo revisões em sua metodologia de cálculo, buscando maior transparência e previsibilidade para o consumidor. Em 2024, a ANS anunciou que estava em fase de estudos para tornar o cálculo dos reajustes mais justo e alinhado à inflação médica e ao aumento da utilização de serviços. A previsão é que as novas regras já impactem o índice do próximo ano.
Além disso, o órgão regulador vem promovendo audiências públicas para ouvir sugestões e demandas da sociedade civil, com o objetivo de garantir que os reajustes sejam mais equilibrados. Para Regina Fonseca, diretora da Associação de Defesa dos Usuários de Planos de Saúde, “essa mudança na metodologia é um passo fundamental para que os consumidores tenham uma menor variação nos preços, além de maior transparência nas justificativas de reajustes”.
Os principais fatores que influenciam o reajuste
O reajuste dos planos de saúde depende de diversos fatores, sendo os mais impactantes a inflação médica e o índice de sinistralidade — que indica o volume de utilização dos serviços. Com a pandemia de COVID-19, o índice de sinistralidade subiu, já que muitas pessoas buscaram atendimentos médicos em decorrência do vírus e das consequências pós-COVID. Contudo, com a diminuição de casos graves e uma normalização nos atendimentos, espera-se uma pressão menor sobre o reajuste.
A inflação médica, historicamente acima da inflação geral, também apresentou sinais de estabilização no último ano, o que contribui para a perspectiva de um reajuste menor. A previsão para o próximo ano é que a inflação médica tenha um comportamento mais estável, sem grandes picos de aumento nos custos de insumos e medicamentos.
Como a redução pode beneficiar o setor de saúde suplementar
Um reajuste menor também pode representar um incentivo para que mais pessoas mantenham ou adquiram planos de saúde, ampliando a base de clientes do setor de saúde suplementar. Atualmente, o Brasil conta com cerca de 50 milhões de usuários de planos de saúde, segundo dados da ANS. Para José Carlos Marques, essa redução nos aumentos anuais é essencial para que o setor continue viável e acessível para a população. “Planos de saúde precisam ser sustentáveis para as operadoras, mas acessíveis para o público. O alívio nos reajustes beneficia toda a cadeia, tanto operadoras quanto usuários”, conclui o economista.
Perspectivas para o consumidor
Para os usuários de planos de saúde, a expectativa de reajuste menor é um respiro importante em um cenário econômico desafiador. Muitas famílias precisaram revisar seus contratos ou migrar para planos de cobertura reduzida devido aos aumentos acumulados nos últimos anos. O especialista em finanças pessoais, Mauro Borges, destaca que a previsão de reajuste menor permite que os consumidores planejem melhor seus gastos. “Com menos pressão sobre o orçamento familiar, é possível manter o plano de saúde e outras prioridades, além de evitar o endividamento”, comenta Borges.
Conclusão
A previsão de um reajuste menor nos planos de saúde em 2025 traz um cenário mais positivo para o bolso dos brasileiros. Com a ANS revisando sua metodologia de cálculo e uma inflação médica mais controlada, a perspectiva é que o aumento nos planos de saúde seja mais compatível com a realidade financeira dos consumidores. Essa redução é vista como uma forma de garantir o acesso aos serviços de saúde suplementar, fundamental para uma parcela significativa da população.