Algumas operadoras de saúde fazem até 99% dos partos de suas pacientes por meio de cesariana, revela um levantamento divulgado ontem pela Agência Estado, com base em dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que só 15% dos nascimentos ocorram por cirurgia.
No Brasil, a taxa geral de cesáreas é de cerca de 50%, mas supera os 80% na rede privada. A taxa de parto cesáreo é um dos indicadores usados pela ANS para medir a qualidade dos planos de saúde. Levantamento mais recente, referente ao ano de 2014, mostra que das 387 operadoras que informaram seus dados, 222 tiveram taxa de cesárea superior a 90%. Cinco delas tiveram 99% dos bebês nascidos pela via cirúrgica. Só cinco tiveram proporção de cesarianas inferior a 50%.
O cenário é parecido nas empresas de grande porte, com mais de 100 mil beneficiários. São 68 operadoras, das quais 33 fizeram mais de 90% dos partos por meio de cesariana. O índice máximo no grupo foi de 98%.
Neste ano, a ANS e o Ministério da Saúde iniciaram o projeto Parto Adequado, que tem como objetivo promover o parto normal e evitar cesarianas desnecessárias. Segundo a agência, os 40 hospitais que participam da fase piloto do projeto estão desenvolvendo estratégias para reorganizar o modelo do parto e melhorar a qualidade da assistência à gestante.
A diretora diz que as operadoras de saúde estão participando da iniciativa. Em julho, 31 empresas assinaram um termo de cooperação com a ANS se comprometendo a participar do projeto Parto Adequado. Os primeiros resultados da ação serão divulgados neste mês.
Fonte: correio24horas.com.br
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