A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou a suspensão temporária de um projeto que visava a criação de um plano de saúde simplificado, que não incluiria atendimentos de emergência ou internação. A decisão foi tomada em resposta a preocupações levantadas por especialistas e entidades de defesa do consumidor, e a ANS agora formará uma câmara técnica para discutir os aspectos técnicos e regulatórios da proposta.
Em fevereiro de 2025, a ANS havia proposto um modelo de plano de saúde que se concentraria em consultas e exames, sem cobertura para emergências, cirurgias ou internações. A ideia era oferecer uma alternativa mais acessível, com preços estimados abaixo de R$ 100, visando ampliar o acesso à saúde para a população que não pode arcar com planos tradicionais.
No entanto, a proposta enfrentou forte resistência. Especialistas alertaram que a criação desse tipo de plano poderia sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que muitos usuários poderiam migrar de planos mais completos para esses modelos simplificados, aumentando a demanda por serviços públicos.
Diante das críticas, a ANS decidiu criar uma câmara técnica composta por representantes da própria agência, servidores e membros da Câmara de Saúde Suplementar. Essa câmara terá a responsabilidade de examinar criticamente todos os aspectos da proposta, incluindo:
A decisão da ANS foi recebida com alívio por entidades de defesa do consumidor, que argumentaram que a proposta original não representava uma inovação e poderia prejudicar a saúde pública. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o MPF haviam solicitado mais estudos e a inclusão de representantes do Ministério da Saúde nas discussões.
Alexandre Fioranelli, diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, afirmou que a câmara técnica busca garantir uma solução regulatória mais segura e fundamentada, promovendo um debate institucional necessário.
A suspensão do projeto e a criação da câmara técnica refletem a necessidade de um debate mais aprofundado sobre a saúde suplementar no Brasil. A ANS agora terá que equilibrar a expansão do setor com a proteção dos direitos dos consumidores e a integridade do sistema de saúde pública. O futuro do plano de saúde simplificado ainda está em aberto, dependendo das conclusões que a câmara técnica irá apresentar.
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